quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Linguagem.

Dança, a mensagem sublime da alma emitida por mãos, braços, pontas, olhares e expressões.
O coração batendo forte, o sangue correndo a mil por hora.
O cansaço, as festas perdidas, os relacionamentos deixados para trás compensados pelas palmas de duas mãos que se chocam e ecoam pelo teatro, mutiplicadas por um milhão e divididas por nada, afinal, não importa o quanto o palco esteja cheio, a plateia é sua e você é da plateia. Uma doação mútua. Uma ligação intensa mesmo que por apenas alguns minutos.
Os grandes olhos atentos.
Não querem perder nenhum movimento daqueles que repetimos milhares de vezes e exibimos apenas algumas.
A música toca, os focos se acendem.
Os olhos brilham e o jogo começou. Apenas alguns minutos pra dar vazão a tudo aquilo que sua alma quiser expressar. Sentimentos, palavras, lições, risadas. Corra! Não perca tempo! Não erre nenhum passo!
Ecstasy.
O ar não entra nos pulmões, os gritos não terminam nunca, você não consegue pensar em nada além de continuar dançando, afinal, seu corpo pode estar cansado, mas nunca o bastante pra parar. As palmas acabaram, as mãos ainda tremem, o suor ainda escorre e as lágrimas não conseguem parar de descer.


Que se danem os amores perdidos. Eu amo dançar!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Empty.

O alto grau de ansiedade e inquietude que se percebe nos dias que correm, nos seres humanos, tem facultado a busca de enganosas companhias e ensurdecedores barulhos que apenas preenchem espaços e não vazios. Liga-se a televisão simplesmente por companhia, ouve-se o rádio para quebrar a “monotonia” do silêncio. É o homem buscando nas máquinas a compensação dos seus desencontros com o outro, com o próximo.
O homem foge do encontro consigo, com medo de identificar sua vacuidade, cair na realidade da sua solidão.
A vivência enfermiça do exacerbado individualismo tem feito corações sozinhos em meio a grandes rodas de alarido e banzé.
Emendam-se os dias em “diversão”, para não quebrar a corrente da ilusão — de que se é “feliz”.



Livro:  Construção Interior

José Medrado, pelo Espírito Murion

terça-feira, 6 de setembro de 2011

This is our decision, to live fast and die young.

Meu olhar não te olha mais com o mesmo semblante que costumava olhar. Meu abraço não te envolve mais como costumava envolver. O que você fala não me faz ir às nuvens como costumava fazer. Me leva apenas à um arranha-céu.
Preciso fechar os olhos para dormir, mas eles não se fecham. Querem observar tudo, procurar, cuidar, vigiar, para que nada se repita. Então o sono se acumula até que tudo vira costume, como sempre, e dormir se torna uma atividade desnecesária.
Não quero mais reclamar das mesmas coisas. Preciso das minhas sextas-feiras de volta, aquelas em que eu deitava sozinha e ouvia músicas que me faziam pensar em qualquer coisa no mundo, menos em você. Mas a mesmice me puxa de volta para o seu casulo, para que todos os cosutmes continuem me enojando e você se torna outa atividade desnecessária. E talvez eu até chame de dormir.
Não é tão bom quanto parece. E provávelmente nem parece ser bom. Algumas coisas passam despercebidas, mas as menos importantes eu observo e elas me fazer achar todas as verdades escondidas atrás das suas mentiras, que você esconde dentro da sua coleção de chaveiros, de perfumes, discos de vinil e amores. Não faço parte de nenhuma das suas coleções e fico feliz por não ser apenas mais um exemplar que você lutou pra conseguir e agora pode largar na estante pois já foi muito exibido e agora você já conseguiu um exemplar melhor.
Me tire dessa merda de estante! Agora!

{Time to Pretend - MGMT}