sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Adeus divino ano.

Todo ano vemos retrospectivas de programas, jornais, somente tragédias. E apenas reclamamos todos os anos, dizemos que foi ruim, que esperávamos mais, mas esquecemos que quem faz nosso ano somos nós. As decisões são nossas, a vida é nossa, o destino é nosso. O maior erro é procurar os defeitos e reclamar deles sem procurar coisas boas pra celebrar.

"Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente."

Erga a cabeça, faça do ano que estar por vir o melhor, e assim por diante, sempre dizendo no ultimo dia do ano "esse ano foi o melhor da minha vida!"
Foi o que eu disse no último dia do ano passado, e é o que eu direi no último dia desse ano, no último minuto, e é o que eu pretendo dizer no último dia do ano que está por vir.
Queria agradecer a todos que passaram pela minha vida esse ano, até aos que ficaram pouco tempo e causaram muitos estragos e aos que ficaram muito tempo e não fizeram muita diferença. Aos que ficaram do meu lado depois de outros anos, aos que me ensinaram a amar, aos que me mostraram uma verdadeira amizade.
Queria agradecer especialmente ao Beckus por ter feito do meu ano, o melhor, de verdade, por ter sido minha família, por ter me arrancado sorrisos nas mais diversas horas, por ter me feito amar a dança mais do que nunca! E tambem ao Rafael, por ter entrado na minha vida, ter deixado ela de cabeça pra baixo e ainda sim, mais feliz do que nunca, por ter me ensinado várias coisas, por ter ficado do meu lado, por ter me ouvido chorar várias e várias vezes, por ouvir meus desabafos, teorias, por jogar conversa fora e me tirar sorrisos nas horas mais inesperadas. Te amo...
Agradeço a todos os conselhos, todos os papos legais, todas as coisas e lições que eu aprendi e ouvi, a todos os ombros oferecidos, broncas e puxões de orelha.
Posso dizer com certeza que esse ano foi um ano de aprendizado e só tenho a agradecer sobre esse ano.
Obrigada pelas boas vibrações, pelas risadas, pelos sentimentos, pelo aprendizado, obrigada por tudo 2011, você foi fera meu rapaz!
E que venha 2012, e venha melhor ainda!

Ler ouvindo http://www.youtube.com/watch?v=1G4isv_Fylg&ob=av2n

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Linguagem.

Dança, a mensagem sublime da alma emitida por mãos, braços, pontas, olhares e expressões.
O coração batendo forte, o sangue correndo a mil por hora.
O cansaço, as festas perdidas, os relacionamentos deixados para trás compensados pelas palmas de duas mãos que se chocam e ecoam pelo teatro, mutiplicadas por um milhão e divididas por nada, afinal, não importa o quanto o palco esteja cheio, a plateia é sua e você é da plateia. Uma doação mútua. Uma ligação intensa mesmo que por apenas alguns minutos.
Os grandes olhos atentos.
Não querem perder nenhum movimento daqueles que repetimos milhares de vezes e exibimos apenas algumas.
A música toca, os focos se acendem.
Os olhos brilham e o jogo começou. Apenas alguns minutos pra dar vazão a tudo aquilo que sua alma quiser expressar. Sentimentos, palavras, lições, risadas. Corra! Não perca tempo! Não erre nenhum passo!
Ecstasy.
O ar não entra nos pulmões, os gritos não terminam nunca, você não consegue pensar em nada além de continuar dançando, afinal, seu corpo pode estar cansado, mas nunca o bastante pra parar. As palmas acabaram, as mãos ainda tremem, o suor ainda escorre e as lágrimas não conseguem parar de descer.


Que se danem os amores perdidos. Eu amo dançar!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Empty.

O alto grau de ansiedade e inquietude que se percebe nos dias que correm, nos seres humanos, tem facultado a busca de enganosas companhias e ensurdecedores barulhos que apenas preenchem espaços e não vazios. Liga-se a televisão simplesmente por companhia, ouve-se o rádio para quebrar a “monotonia” do silêncio. É o homem buscando nas máquinas a compensação dos seus desencontros com o outro, com o próximo.
O homem foge do encontro consigo, com medo de identificar sua vacuidade, cair na realidade da sua solidão.
A vivência enfermiça do exacerbado individualismo tem feito corações sozinhos em meio a grandes rodas de alarido e banzé.
Emendam-se os dias em “diversão”, para não quebrar a corrente da ilusão — de que se é “feliz”.



Livro:  Construção Interior

José Medrado, pelo Espírito Murion

terça-feira, 6 de setembro de 2011

This is our decision, to live fast and die young.

Meu olhar não te olha mais com o mesmo semblante que costumava olhar. Meu abraço não te envolve mais como costumava envolver. O que você fala não me faz ir às nuvens como costumava fazer. Me leva apenas à um arranha-céu.
Preciso fechar os olhos para dormir, mas eles não se fecham. Querem observar tudo, procurar, cuidar, vigiar, para que nada se repita. Então o sono se acumula até que tudo vira costume, como sempre, e dormir se torna uma atividade desnecesária.
Não quero mais reclamar das mesmas coisas. Preciso das minhas sextas-feiras de volta, aquelas em que eu deitava sozinha e ouvia músicas que me faziam pensar em qualquer coisa no mundo, menos em você. Mas a mesmice me puxa de volta para o seu casulo, para que todos os cosutmes continuem me enojando e você se torna outa atividade desnecessária. E talvez eu até chame de dormir.
Não é tão bom quanto parece. E provávelmente nem parece ser bom. Algumas coisas passam despercebidas, mas as menos importantes eu observo e elas me fazer achar todas as verdades escondidas atrás das suas mentiras, que você esconde dentro da sua coleção de chaveiros, de perfumes, discos de vinil e amores. Não faço parte de nenhuma das suas coleções e fico feliz por não ser apenas mais um exemplar que você lutou pra conseguir e agora pode largar na estante pois já foi muito exibido e agora você já conseguiu um exemplar melhor.
Me tire dessa merda de estante! Agora!

{Time to Pretend - MGMT}

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

I hope this gonna make you notice.

Aí então você está andando na rua e encontra a sua metade da laranja, e apenas se esquece de que você é um limão e que nunca se encaixará com a sua metade. O pomar parece estar completamente vazio e não há mais limões, nem laranjas, nem tangerinas, nem nada em que você possa se encaixar.
Correr atrás de frutas não adianta, afinal, o agridoce te satisfaz. A mesmice te cansa, o amor te dá náuseas, e a felicidade te parece distante. O choro te parece insensível e as palavras são em vão assim com as ações e a saudade que você sente daquela laranja tão bonita, tão viva, tão apetitosa.
Nada é tão irreal e inalcansável quanto a paz. Não com tanta ignorancia. Falsos ideais te cegam pra onde está o seu verdadeiro objetivo, que afinal, se distancia de você a cada segundo e você nem percebe.
A calmaria é tão sem graça certo? Agradáveis são os barulhos que ecoam na sua mente em estéreo e te tiram dessa agoniante dúvida que acaba com seus rins, fígado, coração e alma.
É hora de abrir os olhos e mudar de hábitos, de posições, de vidas, parar de andar sobre os outros e começar a andar sobre os trilhos certos e ir na direção que o mundo manda, ir na música que a banda toca e parar de querer fazer o próprio som. De nada adianta caminhar sozinho um caminho tão longo sem uma pessoa pra conversar, pra rir, pra dividir as piadas sem graça. Não há graça, não há magia, não há amor.
Querer tudo ao mesmo tempo e perder o foco, esquecer a vontade principal, o objetivo maior, a causa se torna perdida, tudo perde o significado e você não sabe onde se encontra porque esquece onde se perdeu. Procurar dentro do armário não vai adiantar, pode até procurar dentro da geladeira ou pensar em goiaba, você nunca vai lembrar. Eu me lembro.
Você se perdeu naquele beijo, naquele sábado, naquele campão, naquele baseado, naquela noite, na falta do amor, na falta do carinho, na falta da certeza e da confiança. Não vai se achar tão cedo, vai precisar da minha ajuda e eu só ajudo se quiser.
Sou muito orgulhosa e gosto muito de estar certa pra admitir meus erros e prefiro eles fora do seu alcance, da sua consciência e do seu entendimento. Quem me dera deixar eles fora do meu também. Quem sabe um abraço resolveria as coisas, um olhar, de fato, sincero.
Mas você é um limão e não se encaixa na laranja.

{Use Somebody - Paramore Cover}

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Why do I keep fucking up?

Eu me iludo com as minhas próprias mentiras e me afogo num mar de peixes mortos aos quais eu sou alérgica, mas faço deles um bom sushi pra matar minha fome de você.
Não tenho cartas para te entregar, afinal, nunca escrevi nenhuma pra ti, mas posso te entregar um HD, te garanto que tem muita coisa sobre você nele. Tenho todas as suas fotos, todas as coisas que você escreve, tudo que você gosta, tudo que me lembra você e tudo o que eu escrevo pra você. E olha que eu escrevo muito, mas nunca tive coragem para te mostrar. Nunca mostrei pra ninguem. Me sinto tão bobinha e vulnerável quando alguem toma conhecimento dos meus REAIS sentimentos.
Isso tudo é uma bosta. Na verdade é assim que eu me sinto. Um nada.
Coloco várias máscaras cheias de glitter e acessórios para que ninguem veja meu semblante triste. Falo insanidades para que as pessoas riam do que eu não sou. Do que eu nunca serei.
Roubo frases, leio livros, ouço músicas ruins, escrevo  mal.
Mas é o que temos para hoje.

{Fuckin' Up - Pearl Jam}

terça-feira, 2 de agosto de 2011

All in all you're just another brick in the wall.

"Por que não?" É o que eu sempre me pergunto antes de me arriscar, e nunca acho uma resposta. Me arrisco. Me fodo. Encontro todas.
Porque não? Porque tudo vai acabar da mesma forma. Sempre acaba e sempre acabará. Fins são inevitáveis, mas as coisas bem que podiam ser diferentes às vezes, não? Não.
Se burrice é persistir no erro, então sou uma pessoa sem nenhum traço de inteligencia. Mas gosto desses erros.
POR QUE EU TENHO QUE GOSTAR TANTO DO QUE ME FAZ MAL?
Porque é divertido, excitante, gostoso, maravilhoso, deslumbrante. Quase perfeito.
Nunca testei o certo, talvez isso seja perfeito.
Pessoas que um dia foram julgadas por mim importantes e necessárias agora já não fazem mais a diferença. Gostaria de saber se você vai entrar pra esse time. Jogar com a camisa 10 e o símbolo de capitão, regendo todos os outros porque tem autoridade, por ter me feito sofrer mais.
Cometeu faltas, errou penaltis, fez milhões de gols, bateu muito na trave e no fim perdeu todos os jogos.
Meus parabéns, você se saiu melhor do que eu imaginava!

{Another Brick in The Wall - Pink Floyd}

terça-feira, 26 de julho de 2011

The seven is the number of the young light.

Tá, eu nasci, e agora? O que vou fazer e como vou fazer a partir do segundo seguinte ao que eu sair da barriga da minha mãe, ou do bico da cegonha, para frente? Eu não faço idéia e nem quero saber.
É bem legal ser ignorante e não ter o controle de tudo na sua mão. Mas só às vezes mesmo.
É algo bem raro eu parar para pensar nas coisas e quando o faço, raramente dá certo. Na maioria das vezes, me pego chorando só de pensar em todos os corações que eu já vi sendo quebrados durante toda a minha vida. Já nas outras, fico sorrindo por saber que tenho uma imaginação tão fértil. Pra falar a verdade, tenho até um pouco de vergonha por ela ser assim. Guardo a maioria dos meus pensamentos e sentimentos para mim mesma, porque nem eu consigo organizá-los a ponto de entende-los. Imagine só os outros.
É como chapar deitada na grama olhando as estrelas e confundi-las com formigas, pensar nas formigas de verdade e imaginar suas vidas. Voltando para casa, abraçandos seus filhos, tomando banho, colocando seu pijama, tomando uma taça de vinho para relaxar depois de um dia cansativo e sentir a falta que um marido faz. Sentir falta do sexo e se arrumar para sair, para um bar, arranjar uma companhia e não passar mais uma noite de sexta-feira sozinha.
Camas desconhecidas, roupas no chão, sexo casual, selgaveria, álcool, aventura, paixões carnais, drogas, e nunca mais ver aquela pessoa novamente.
Talvez eu não estivesse apenas pensando na formiga, talvez eu apenas queria ser ela.

{Chapter 24 - Pink Floyd}



sexta-feira, 22 de julho de 2011

I've got a clan of gingerbread men.

Talvez tenha sido tudo coisa da minha cabeça.
Eu penso mais do que sinto e isso não é bom porque a minha imaginação voa demais. Eu não gosto de ficar pensando sobre as coisas. A minha cabeça dói, eu choro, mudo de opiniões. Então não me culpe por mudar de humor a toda hora. Não é porque eu quero, é porque eu simplesmente penso.
Tenho que aprender a resolver as coisas sozinha nos momentos difíceis. Carência sempre fez parte da minha vida e não é agora que ela não ia fazer. Não tive tanto carinho de mãe quanto as outras pessoas que eu conheço, mas não morri.
Mulheres são tão perfeitas, por isso eu gosto tanto delas. Talvez o brilho no olhar e a capacidade de se entregar tão grande, o sorriso que faz todas as outras pessoas sorrirem, o coração bom, o coração vingativo, a mudança de humor que chega a ser engraçada quando aprendemos a lidar.
Cheiros, olhares, abraços, beijos. Eu não preciso mais disso.
É hora de viver a vida um pouco sozinha.

Esse post foi bastante pessoal, por isso ficou uma merda.
Não que os outros tambem não sejam.

{Bike - Pink Floyd}

I don't want you to adore me, don't want you to ignore me, when it pleases you.

Eu sei de tanta coisa que é até difícil de contar. Conheço sensações, situações, mentiras, palavras, corações. Conheço coisas que a maioria das pessoas jamais conhecerá.
Conheço o fundo do poço como se ele fosse meu próprio lar, como a palma da mão da coroa rica e solteira que vem me visitar todo mês para que eu leia a sua mão e ver se acho algum marido perdido por lá. Nunca contei a ela, mas a sua linha do amor não existe. Porque afinal, a mão dela é exatamente igual à minha.
Gosto de sentir a chuva batendo no meu rosto e o vento indo contra mim como se cortasse cada centímetro meu. Me sinto bem assim. A natureza me faz bem,toda a sua perfeição me dá inveja.
Escrevo as maiores barbaridades da Paróquia e ando por aí como se não tivesse feito nada. Uso metáforas, exemplos e comparações loucas, que ninguem encontra sentido. Às vezes, nem eu. Não sinto arrependimento nem peso na consciência. É algo que eu abri mão e que abriu mão de mim.
É aí que eu volto a ler mãos.

{Muscle Museum - Muse}

terça-feira, 19 de julho de 2011

Guardador de Rebanhos

Sou um guardador de rebanhos
E o rebanho são meus pensamentos
E os meus pensamentos são todas as sensações
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.


Fernando Pessoa

Last chance to lose control.

Fecho os olhos e enxergo linhas estranhas. Linhas coloridas e fortes como flashes. Junto com pontinhos brancos que aparecem e somem em menos de um segundo. Logo após, tenho flashbacks que preferiria não ter. Começo a lembrar de coisas que ja fiz e a imaginar o rumo que elas teriam tomado se eu tivesse agido diferente. Tanto faz já que não posso voltar atrás.
É ruim imaginar "coisas que poderiam ter acontecido se eu não fosse uma idiota". Mas isso é algo que eu simplesmente não posso mudar.
Fico pensando no que fomos, no que somos e no que um dia poderíamos ser, e na forma que tudo isso acabou. Não era pra ter acabado, o caminho parecia tão longo.
Infelizmente eu sou muito conformada,talvez não devesse ser tanto. Perco possibilidades, amores, carinhos, momentos, amigos. Perco muita coisa. Odeio conformismo, sentimentos, lágrimas, odeio o sentimento de dó, e que finjam se importar comigo quando na verdade não o fazem, odeio muita coisa.
Ah, e tambem odeio você e a forma como você faz eu me sentir, não posso me esquecer disso.
Poderia ter sido diferente, mas não foi.

{Hysteria - Muse}

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Jealousy, turning saints into the sea.

Sou egoísta demais pra amar. Egoísta demais pra chorar por outras pessoas. Egoísta demais pra amar alguem antes de mim mesma. Egoísta demais pra tentar viver por alguem.
Já me iludi pensando que precisava ter meu mundo girando em torno de alguem. Não fora uma ilusão total, preciso que meu mundo gire em torno apenas de mim. De ninguem mais.
Não sei me por no lugar de outra pessoa, não sei pensar como outro ou para outro. Não sei amar. Não tenho muitos laços, e os poucos que tenho, em sua maioria, são familiares. Isso tudo porque aprendi do pior jeito que pessoas são descartáveis como copos de plástico da Barbie para aniversários de primas chatas, choronas e de nariz escorrendo que não ficariam satisfeitas nem se todas as coisas de sua festa fossem banhadas em ouro e decoradas da Barbie.
 Tambem sou muito estranha para amar. Muito instável. Muito chata. Muito diferente de tudo. Coisas em comum não juntam pessoas e os opostos não se atraem. O amor não é algo que possa ser generalizado, não é algo que possa ser visto com olhos tão pobres e simples.
Enobreço quem consegue se doar e amar com toda a alma porque sei que essa é uma coisa que eu provavelmente nunca conseguirei fazer.
Ja fui descartável até abrir os olhos e virar um belo copo de vidro.

{Mr. Brightside - The Killers}

segunda-feira, 11 de julho de 2011

The light is red, the camera is on.

Não me diga para lembrar de você quando você sabe que isso está fora do meu alcance.
Não posso me lembrar daquilo que nunca esqueci.Meus olhos foram abertos novamente e tudo mudou. Acho que no fundo, eu amo apenas a imagem que eu tenho de você ou do que você foi quando eu te amava. Mas, você não é mais o mesmo. Nada mais está do mesmo jeito.
Esse dia ia chegar e nós sabíamos disso. Não existe mais o amor, apenas o costume de amar, de olhar nos seus olhos e enxergar o que eu já enxerguei um dia, existe apenas a ilusão.
Nada mais flui do jeito que deveria e eu vou parar de tentar fazê-lo. As coisas têm que começar a seguir seu rumo sozinhas.
Sendo assim, minha vida é aberta, de tal forma que parece que nada conseguirá ser um segredo. Mas isso é só mais um erro meu sobre mim. Meus sentimentos são meus maiores segredos, tão bem guardados que nem o assaltante mais experiente conseguiria levá-los de mim. Eu os guardo junto com a minha vida.
Se você pensa que eu te conto o que eu sinto, está completamente enganado. Não te conto nem a metade. Nem uma mínima parte. Muito menos do que isso.
Você não entenderia. Nem eu.

{Red Light - The Strokes}

terça-feira, 5 de julho de 2011

Secretly she cries.

É tão estranho me sentir confortável com alguem que não seja você. Que não tenha o seu sorriso, seu olhar claro e tão profundo. É estranho virar noites, fumar incontáveis cigarros sem pensar que você vai reclamar do meu péssimo cheiro depois. Pior ainda é sair à noite sem destino, sem saber como volto, pra quem volto. É extremamente estranho ter você fora de vez.
Infelizmente sou 8 ou 80. Ou você fica comigo, do meu lado, ou te quero o mais longe de mim possível. Impossível, seria melhor ainda.
Talvez você já tenha me magoado tanto, que os momentos em que você me faz sorrir, não sobrepõem as mágoas que eu guardei. Todos naquela caixinha, que eu já joguei pra Iemanjá, mas ela não conseguiu levar nada.
Você escolheu 8, mas nem me perguntou se eu queria 80.
Te quero longe.

{Sunburn - Muse}


I think I'm drowning, asphyxiated.

Preciso arrumar toda essa bagunça. Ou escondê-la.
Tanto faz já que vivo sozinha.
Quem sabe eu receba uma visita por esses tempos.
Pensando melhor, vou esconder tudo. Posso esconder debaixo do tapete, ou debaixo desse sorriso falso aqui mesmo. Ou quem sabe dentro desses olhos vermelhos. Sempre funciona.
I wanna break the spell you've created.
Parece que eu estou me afogando de novo e dessa vez não pretendo me esforçar para emergir. São tantas dúvidas que eu prefiro ficar por aqui, está agradável, com a água entrando em mim, queimando meu pulmão, arranhando minha garganta e me consumindo.
Antes a água do que você. A água é tão insossa e sem graça que duvido que vá causar algum tipo de efeito em mim.
Se eu quiser algum tipo de efeito, eu vou procurar alguma droga diferente. Não mais você, nem seu sorriso, nem seus olhos. São viciantes demais e assim eu vou acabar me rendendo mais uma vez.
Não que eu me importe. Você provavelmente é uma das drogas mais baratas e a que eu mais gosto.
De efeito mais destrosivo, mais triturante.
Não acredito que eu já estou respirando.

{Time is Running Out - Muse}

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Remember that I'll always, be in love with you.

Sabe aquela hora da vida que vc só sente dor? Ve seu mundo desmoronar, e olha pro lado procurando alguém, e esse alguém sumiu. Então, é nessa hora, que vc desiste dos seus sonhos, de se cuidar, a hora que você dorme chorando e acorda chorando, que cada canto da sua casa te lembra o que você viveu de bom ali, que hoje você não tem mais, aquelas brincadeiras, as partidas de truco, os filmes, os lanches, todas as vezes que eu disse : “Vem aqui, deixa eu cuidar de você”, ou do seu cabelo, ou da sua pele…
Quando ele senta do lado e diz: o que você quer que eu faça agora?! E você diz : "Me da um beijo, e a pessoa te abre aquele lindo sorriso que só ela tem. Ou aquela hora tambem que você só sabe olhar nos olhos dessa pessoa e dizer "Te amo, não foge mais de mim".
Então , são essas  horas, todas elas que eu lembro e choro, pedindo a Deus que me ajude a tê-las de volta ou que alivie meu coração logo, por que cada lagrima que eu derramo, é como se fosse um sorriso que eu perdi da pessoa que eu amo, é um abraço que perco, é um eu te amo que fico sem dizer.
  E DOI MUITO

Por: Camila Gomes, e algumas alterações minhas.

{P.S I love you - The Beatles}

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Mudaram as estações.

Nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu, tá tudo assim, tão diferente.

Mas, no fundo eu queria tudo igual. Queria que tudo voltasse a ser como antes. Não gosto do presente e não sei se vou gostar do futuro. Quero o passado. Por mais doloroso e obscuro que ele tenha sido, era o que me fazia bem. Eu quero de volta. Quero tudo de volta, mas ao mesmo tempo quero tudo longe de mim.
Desisti de tentar fazer você me entender porque nem eu consigo isso. Não consigo entender porque esse mau humor me consome, porque as drogas não fazem mais o efeito esperado, porque eu não consigo mais dormir sem ouvir a sua voz, porque eu quero tanto essas coisas, e ao mesmo tempo quero outras que vão te afastar de mim.
Minhas palavras não fazem sentido, assim como meus pensamentos e sentimentos, não sei o que escrever e dizer e fico dando voltas, mudando de assunto, usando metáforas loucas que nunca vão ter sentido pra ninguem além de mim.
Posso falar dos cigarros, do café, das drogas, das bebidas, mas não é nada disso que me compõe.
Para ser bem sincera, nada me compõe agora. Estou vazia como nunca estive antes, e estou com medo de preencher isso. Esse vazio não me faz mal.
Preciso voltar, mas não sei pra onde, não sei pra que lado.
Me sinto a Alice no País das Maravilhas. Não sei onde estou, para que lado vou, não sei se é um sonho ou se é a dura realidade.
Vou dormir.


Nem desistir nem tentar, agora tanto faz. Estamos indo de volta pra casa.

{Por enquanto - Cassia Eller}

terça-feira, 21 de junho de 2011

Sleep in peace when the day is done.

Sinto cheiro de mudança. Sinto cheiro do bolo que a minha avó fazia quando eu era criança e sinto seu cheiro em tudo tambem.
O inalcansável é sempre o mais desejável. É como a maçã envenenada da Branca de Neve. Tão linda, tão maravilhosa, tão acre, tão mortal.
Não consigo parar o tempo, nem voltar para que eu tente fazer as coisas diferentes, mas, acho que nem quero. As coisas podem não estar bem agora, mas sei que um dia elas haverão de ficar. Vou poder deitar no meu sofá aos domingos de manhã e assistir desenhos animados enrolada no edredom, como eu fazia há um tempo atrás.
Talvez, eu só queria, de fato, deixar de lado um pouco toda a quantidade de fardos e responsabilidades que eu tenho. Poder voltar a agir sem pensar nas consequencias. Mas, infelizmente meu tempo já passou. As coisas agora têm repercusão maior, coisas pequenas parecem grandes demais a olhos alheios.
Olhos grandes, esbugalhados quando me vêem na rua. Tão nova, com cara de tão velha, sempre querendo parecer descontraída mas, com uma perceptível aparência de quem pensa em tudo a todo segundo.
Quem sabe só eu mesma me vejo assim. Porque na verdade sou assim.
Preciso voltar a ser inconsequente, dar beijos vazios, olhares maliciosos, erros irreparáveis, noites intermináveis, cigarros incontáveis, goles inacabados.
Vejo novos amigos, um jardim novo, muito bonito, quarto novo, casa nova, novos ares, novos lugares, novas drogas. Nada tão confiável quanto o antigo, mas, eu posso sobreviver.

And this old world is a new world and a bold world for me.

{Feeling Good - Muse}

Distúrbio dos neurônios em crise funcional.

Docinho de coco, como você anda? Gosto de você como gosto de mim mesmo.
Macacos me mordam! O presidente fugiu com a princesa! Puts grilas, caracolis, será que é verdade?
O grande tridente do relento será louvado e prezado por todos aqueles que em sua frente dançarem a dança dos sem cueca.
Aurora chegou! E caminha lado a lado com a escória, leprosos, doentes e psicomanícos atrás de um breu onde possam descarregar seus pensamentos maléficos.
Pausadamente respiro, paro, penso e não consigo me alavancar para o meu próximo destino. Contudo, não gosto de minhoca, eu gosto de água. Água, fonte da vida, fonte da selva onde reina o poder do leão. E não importa se o reinado do homem com cabeça de video-game vai anestesiar a dor da perda de um filho. Choque seus neuronios numa ideia ativa a todo instante.

Oh panaca, to sabendo que você é um patife de primeira, percevejo do brejo com suco de beterraba, Biruleibe viciados ao máximo em extrema companhia de caravolis, 75 anos com olhar de besouro, rastejamos contra a vontade de câmbio.
Outro doce de manga podre juntos e unidos contra o povo da glória da carnificina.
Sentado em uma pedra descanso meus pés que estão machucados, peço remédio para as minhas mãos e o senhor me traz uma anemorgina, aspirina, de endorfina com holocaustos do apocalipse.
Retribuindo o problema de um problema problematico. Não, não, não adiantarás correr. Não desista! Não desista nunca! Pois o real sofrimento de um ser completamente absoluto é o Hebert Richards.
A concepção de um ser completamente anti-séptico contra pernas e braços e troncos de árvores com folhas de seda para fumos enrolar. Pois, a morte sempre se encontra com a vida, que traz vida à morte, que traz morte à vida.
Em uma fria você se encontrará quando perceber que tudo o que você queria era um suco de percevejo e um docinho de coco.
CONGRATULATIONS.

{Esse é o movimento - ConeCrew Diretoria}

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Hoping I can write her a rhyme, that might stop the tick of time.

Quero morder você. Dilacerar todas as partes do seu corpo, digerir e colocar dentro de cada uma das minhas células um pouquinho de você. Tenho trilhões, e só um pedacinho de você não basta. Quero tudo. Depois pretendo colocar tudo para fora, quando não for mais o suficiente para suprir a falta que eu ando sentindo. Colocar pra fora junto com os litros de vodka que eu tomei sozinha em casa e as três carteiras de cigarros, fumando um após o o outro, na esperança de ao menos estourar um pulmão pra dar uma agitada nessa noite parada.
Quem procura sempre acaba achando. Eu acho demais.
Raramente tenho certeza.
Seria hilário se não fosse trágico.
Não acho minhas chaves, nem meu pen drive. Esqueci meu casaco e dentro dele a minha sanidade. Preciso te achar, mas não quero. Querer não é poder, precisar não é querer.
Não posso esquecer de que já sobrevivi bem um dia sem a sua presença. E não vou me enganar dizendo que era uma vida vazia.
As pessoas podem sair do seu coração, da sua vida, mas dificilmente saem do seu pensamento. Uma vez pensado, jamais esquecido. No máximo, enterrado. Mas mortos sempre podem ressuscitar.
Pensamentos abstratos junto com essências de chá que queimam a garganta para matar todos as bactérias que você não conseguiu matar.
Get off this situation and feel fine.

{Tick of Time - The Kooks} 

terça-feira, 14 de junho de 2011

Practiced are my sins.

Eu queria ser uma formiga. Viver entre os seres humanos está cada vez mais difícil. Cada vez mais laços vão sendo criados e mais difíceis de me soltar deles. Já tentou matar uma ou duas formigas naquelas linhas imensas que elas fazem carregando alimento? Tente um dia. Quando o fiz, fiquei pensando que dó que dó, o que será que elas vão fazer? Pois bem, elas ficaram loucas, completamente desnorteadas, mas, depois de segundos, estavam alí, carregando seus alimentos, como se nada tivesse acontecido e se duas das mesmas não estivessem mortas alí. Apenas cadáveres. Algumas esbarravam, mas nada que atrapalhasse o ciclo delas.
Quanto mais insensível as pessoas se dizem, mais sensíveis elas são. Quanto mais dizem odiar contradições, mais se contradizem.
Odeio você e a forma que você faz eu me sentir sem nem sequer falar comigo.
Já visitei casas espíritas e centros de Umbanda, já chorei, já sorri, já caí, já traí, já gritei, já me arrependi. E não morri. O que não significa que eu esteja feliz. Talvez sendo barata eu seria.
Pensando melhor, acho que não.
Se barata não fosse um bicho tão nojento diria que ela sim é feliz, com sangue frio, sem maiores preocupações além de comer lixo e aterrorizar humanos, mas não, é nojento demais, ninguém pode gostar de ser barata, nem a barata mais linda, rica e inteligente deve ser feliz sendo barata.
Como não tenho saída, vou continuando a pregar chicletes na cruz, a passar reto pelo mendigo que é Jesus disfarçado que me pede esmolas, a pensar no quanto o passado foi legal um dia e o quanto o futuro é longo.

{Just Breathe - Pearl Jam}

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A case of flash delirium.

Sem mais palavras, sem mais.
Não consigo enxergar um palmo à minha frente, mas, acho que nem quero de verdade. Preciso clarear minha mente pra te por dentro dela de novo, e de novo, e de novo. Até que eu não aguente mais e exploda. Junto com o mundo e as bombinhas de festa junina que eu tenho frequentado com os olhos vermelhos, a boca seca, o coração acelerado e um cachorro quente na mão. Uma carteira de cigarros na bolsa e sempre um entre os dedos ou na boca. Tragando e soltando a calmaria que eu preciso. Meus olhos ardem muito, estou ficando tonta e não consigo enxergar muita coisa em volta, mas sei que não preciso. Preciso de outro cigarro, uma xícara de café. Ah, e uma dose de você tambem, seria perfeito!
Essa dor que eu estou sentindo não é porque te perdi, é porque minha gastrite anda atacando e junto com ela meus sentimentos, corroendo cada pedacinho de mim que elas julgam desnecessários. Todos os dias acordo e sinto falta do seu café sem açucar que eu sempre cuspia na pia. Levanto da cama e torço meu travesseiro, estendo na janela para que seque as lágrimas choradas durante a noite enquanto eu sonhava com você e com nós dois felizes. É difícil acreditar que isso um dia foi realidade.
Por isso prefiro viver no meu mundo paralelo onde eu só preciso de alucinações, drogas, para que paralise seu efeito sobre mim. Fazer meu sangue parar para que você pare de circular em mim. É como um veneno.
E eu quero cuspir.

{Flash Delirium - MGMT}

Na frente está o alvo que se arrisca pela linha.

"Não é tão diferente do que eu já fui um dia
Se vai ficar, se vai passar, não sei
E num piscar de olhos, lembro o tanto que falei, deixei, calei
E até me importei
Mas não tem nada, eu tava mesmo errada
Cada um em seu casulo, em sua direção
Vendo de camarote a novela da vida alheia
Sugerindo soluções, discutindo relações
Bem certos que a verdade cabe na palma da mão
Mas isso não é uma questão de opinião"


{Teto de Vidro - Pitty} Sim, estou decadentemente ouvindo Pitty. E essa música descreve exatamente como eu estou.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Indios habitavam em paz as suas ocas até que as raposas deixaram suas tocas.

Escrevo, apago, escrevo novamente, me esqueço porque repeti o que já havia apagado. Apago novamente. O resto da borracha vem no meu olho. Droga, vou começar a lacrimejar e as pessoas vão pensar que eu estou chorando.
Que ótimo, eu já tenho uma desculpa pra quando estiver chorando de verdade.
Não entendo o que eu fiz para que você não tivesse sido sincero comigo. Não sou um monstro, não iria te matar. Não posso te forçar a sentir o que você não quer. Ou o que não é conveniente pra você.
Ainda quero te abraçar, ainda quero te dar mordidinhas, ainda quero você.
Volte aqui, eu apreciei o gosto da sua manteiga de cacau, ou seja lá o que tinha na sua boca que até hoje adoça a minha.
Me desculpe se eu ainda te quero.
Ist auch gegen meinen Willen.

{Escala Latina - Forfun}

Help me, I'm just not quite myself.

Grande minimalismo esse meu.
O lápis do lado da caneta, os dois na horizontal, a borracha em primeiro lugar para segurar os demais. Se esbarro com o lado direito, volto para esbarrar com o esquerdo. As fotos têm que estar em simetria perfeita. Os olhos alinhados corretamente. Distanciamento exato entre as palavras. O exato tamanho do parágrafo. Sempre tão apreciado e tão desnecessário aos olhos alheios.
O aleatório não vai muito com a minha cara. Ouço músicas agradáveis e quando muda de repente me deparo com aquela que me lembra você. Não vai adiantar mudar de música porque a sua imagem ja está dentro da minha mente e dificilmente vai sair. Saio pelos corredores buscando sua pele clara, seus cabelos negros e cabeça sempre baixa. Não encontro.
Volto à vida normal, à música que não tem nada a ver com você, mas me lembra seu rosto e tudo o que aconteceu quando estávamos tão próximos. Resolvo finalmente mudar de música antes que eu sofra uma overdose. Esbarro em você.
Ei, volte aqui, ainda preciso esbarrar do outro lado!
Gostaria de saber quem foi a pessoa merecedora de todo o meu ódio que inventou que nós temos que ser tão estúpidos quando estamos perto da pessoa que gostamos. Não tenho tempo de pensar nisso, nem em mais nada. Quando penso em cumprimentar, sinto um olhar de ódio me atingindo. É ela.
Você liga? Eu não.
Por que não ficamos parados aqui? A multidão pode esperar, não é educado interrompar uma troca de olhares tão forte. Que tal tomarmos um café? Se você não gostar, tudo bem, estou acostumada com as suas negações e diferenças. Eu tambem não gostava, mas tive que me acostumar depois de ficar tanto tempo acordada escrevendo poemas que jamais mostrei pra ninguem.
Acho que vou dormir por aqui mesmo, ficar acordada se torna muito difícil quando se vira a noite sem vontade de dormir, por saber que vou te encontrar no meu sonho. Ou encontrarei na multidão do corredor.
Vou optar por dormir, pelo menos no sonho podemos ficar conversando, sentados no banquinho, perto da flor que aparenta ser de plástico, mas é real. Tão real quanto o perfume ou o beijo dado, tão real como o abraço que você me deu antes de dizer boa noite e me deixar ir embora sozinha sem me avisar que não iria me abraçar de novo.
Pretendo revelar uma foto sua e esconder entre todas as outras que estão na parede do meu quarto. Ninguem vai notar e quem notar eu digo o nome do artista que mais se parece com você e tudo será relevado. Afinal, há muita coisa para se notar.
Só eu vou ficar parada por horas na frente da foto. Observando cada ponto seu. Preto no branco. Você no papel. Como a borra do café. Não posso deixar que meu café esfrie. Preciso terminar de pintar as unhas, ainda falta uma camada para esconder as olheiras da noite passada, apenas mais uma mal dormida.
Quero voltar a falar de gatos, pular para pegar galhos, quase ser atropelada, quero ouvir tiradas e ficar olhando para os lados quando não souber o que falar.
O gosto da Avon ainda está na minha boca.

{Heart in a Cage - The Strokes}

terça-feira, 7 de junho de 2011

Ahhhhh, malditos cromossomos.

Contar até seja la qual número for, não adianta mais. Preciso respirar fundo. Inspirar. Expirar. Inspirar. Expirar. Não consigo mais porque seu perfume invadiu minhas vias respiratórias e agora já está dentro de cada uma das minhas células, causando essa leve tontura, fazendo meu coração acelerar timidamente, me levando a fazer coisas que eu normalmente não faria.
Gostaria de entender o mistério do seu perfume.
Talvez seja meu olhar que não sustenta o seu. Não sustenta saber que você não é meu e nunca será. Compro mais balinhas, mais doces, salgados, compro sorrisos falsos, me afogo em páginas de livros e equações matemáticas me embaraçando em suas potencias, bases, funções, gráficos, fórmulas pra tentar me distrair e esquecer que você existe, mas ao me deparar com uma equação do segundo grau, me lembro da icognita que você é pra mim. Inútil.
Inútil como cada esforço, cada unha roída, cada noite mal dormida, cada lágrima mal derramada, cada sorriso falso comprado, cada fórmula matemática que nunca resolverá o mistério do seu perfume.
Preciso saber o que os seus olhos estavam querendo me dizer porque se eu soubesse, talvez meus olhos teriam dado uma reposta melhor.
Vou tirar seus olhos de órbita para que você não olhe pra ninguem e só eu possa ditar as suas direções.

{Malditos Cromossomos - Pitty}

You say please don't make this harder. No, I won't yet.

Incrível o poder do ódio sobre mim. Incrível tambem o quanto eu gosto de senti-lo.
Apenas um olhar meu é necessário para que eu já sinta aquele gosto ruim em minha boca, os músculos se contraindo, meus olhos se secando, talvez mais facilmente devido às lentes de contato que melhoram minha miopia, mas ainda não o sentimento ruim (não para mim) que corre cada glóbulo branco, vermelho, plaquetas e afins.
Minhas palavras talvez transmitam algo ruim, faça com que eu pareça alguem ruim, mas não sou. Sou até boa. Nunca dou vazão aos meus sentimentos, sejam eles bons ou ruins. Os guardo em uma caxinha, que jogarei no mar em cada virada do ano junto com sete rosas para Iemanjá. Enquanto estarei pulando sete ondas ela vai sendo levada pra longe, onde peixes serão devorados, esponjas absorverão, onde o ciclo de vida de cada ser marinho irá se cumprir, assim como o ciclo da vida do ser humano.
Na escola simplificam muito esse ciclo de vida. Não é apenas nascer, crescer, reproduzir, morrer. Não sou uma máquina. Se fosse, faria um filme. Onde escreveria meu próprio roteiro e tudo seria fácil demais pra ser chamada de vida real. Assim como todo ser humano, nasci com o propósito de mudar vidas, sofrer mudanças, usar, abusar do que me foi dado, cometer erros, rir de quem errou enquanto como uma boa goiabada com queijo, sentindo novamente o gosto ruim que o ódio vai me trazer.
A caixinha não consegue levar meus sentimentos para tão longe.

{What Ever Happened - The Strokes}

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A tourist, in the ghetto, not afraid of anything

São duas histórias diferentes e a mesma conclusão: eu não sou o suficiente.
Não importa o que eu faça, não será suficiente jamais, nunca foi, e provavelmente não seria diferente agora.
Talvez eu faça pouco, talvez você queria demais. 
Mas, não me importa muito, porque eu gosto do mal que me faz.
É ruim tentar todos os dias ser uma pessoa que você nunca será. Uma personalidade muito almejada, mas inalcansável. Inalcansável exatamente igual a você. Seu jeito diferente, sua fala mansa, seus olhos que mal sustentam os meus à metros de distância.
É ruim perceber que não era de um todo platonico, mas vai ser platonico para sempre.
É ruim viver, e talvez eu queira que todos vocês morram.

{Taken For a Fool - The Strokes}

quarta-feira, 25 de maio de 2011

How many lies would you create ?

Esqueci como te amar quando você não está do meu lado.
Depois de tanto tempo, de tanta saudade, acabei me acostumando com isso. Tem horas no dia que eu simplesmente esqueço de você.
Esqueço que você existe, que está comigo novamente. Simples assim. Esqueço. Não porque eu quero, lógico, mas esqueço.
Sentimentos sempre são assim, certo? Invonluntários.
Só me resta esperar que o amor contínuo volte, porque eu sinto muita falta dele.
Sinto falta de muita coisa.
Até de coisa que não deveria.

{MK Ultra - Muse}

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Oh Tennessee, what did you write?

Drogas são ruins, mas isso não quer dizer que não sejam boas.
Elas podem acabar com a sua vida, mas podem lhe oferecer os melhores momentos dela.
O sexo é como droga pra alguns, mas nem por isso as pessoas reclamam.
O conceito de droga é muito relativo. Cada um vê de um jeito.
E eu? Eu estou pouco me fodendo.

{What Ever Happened - The Strokes}

Glaciers melting in the dead of night

Não importa o quanto eu pense ou o ponto de vista pelo qual eu vá olhar. A conclusão é a mesma.
Não se pode confiar completamente em ninguem.
Normalmente escolhemos alguem em quem nos apoiar. Seja um amigo ou amiga, namorado ou namorada, alguem da família. Sempre pensamos que precisamos ter esse apoio de alguem de fora pra contar todos os nossos segredos. Os mais bonitos, os mais feios, profundos, vergonhosos, enfim. Todos.
Mas, esquecemos que estamos sujeitos a ser traidos. De várias formas, o tempo todo.
Não se pode confiar completamente em ninguem.
Temos a imagem perfeita da família para esse papel. Mas nem eles.
O certo a ser feito e estar bem consigo mesmo. Porque quando você precisar de alguem, olhar em volta e ninguem mais estiver lá, a única pessoa que você terá, é você mesmo.

meio texto de ~ auto-ajuda ~ mas, eu conversei muito sobre isso com a taw e queria postar algo assim então não ligo se ngm gostou pq nem era pra eu mostrar esse blog pros outros.

{Supermassive Black Hole - Muse}

quarta-feira, 18 de maio de 2011

And I won't. I better call you.

Chega a ser engraçado a minha falta de criatividade pra escrever quando estou feliz. É incrível o quanto os sentimentos ruins me trazem boas palavras.
Incrivel tambem é a rapidez com que as coisas podem mudar. Seu mundo pode virar de cabeça pra baixo em dias. O meu é um bom exemplo.
Não imaginaria estar como estou agora. Mas, não reclamo. Não mesmo.
Nem nos meus pensamentos mais submersos conseguiria visualizar minha vida da forma que ela está agora.
Todo dia é dia de mudança e cabe a nós se adaptar a isso. Não apenas se adaptar, mas fazer dessas mudanças coisas boas e proveitosas para nós. Mudança é aprendizagem, adaptação, alegria, tristeza. E elas ocorrem a todo segundo. Mesmo as que a gente não vê.
Todo tipo de mudança ocorre a todo tempo. Mudanças são necessárias e bem vindas.

Sempre.

{Under Cover of Darkness - The Strokes}

sexta-feira, 13 de maio de 2011

I look for you and you look away.

Entre sorrisos falsos me pego pensando em você, lembrando do que você me disse. Me sinto culpada, mas não deveria. Sempre sinto que faço as escolhas erradas, ou talvez, dessa vez, quem fez a escolha errada foi você. Sou a favor da tentativa, das chances, sem pensar nas consequencias. Por que você não pode pensar assim como eu?
Odeio essa realidade. Ser vista somente como a amiga legal, gente boa, animada, ouvinte, etc. Por que tem que ser sempre assim? Por que você não pode tentar? Se arriscar às vezes faz bem. Não é tão difícil assim, eu não sou tão ruim assim.
É muito raro alguem mexer comigo dessa forma e eu não vou deixar isso passar em vão, sem fazer nada. Eu não vou desistir de você tão fácil assim. Eu quero ter você pra mim, mas eu preciso que você me ajude e tente junto comigo.

Por que não?

{Call me Back - The Strokes}

terça-feira, 10 de maio de 2011

Hey there Delilah.

"Close your eyes, listen to my voice is my disguise, i'm by your side"

Mergulho novamente em meus pensamentos e me afogo na falta do êxtase que você me causou. Na verdade causa desde quando chega até o momento em que vai embora. É incrível e horrorizante. Me sinto burra, vulnerável. Por que logo você ? Tão inalcansável.
Mas, parece que nada disso me importa porque é só a você que meu corpo clama. Cada borboleta irritante do meu estômago que se move rapidamente quando penso em você está alí por sua culpa.
Na verdade nada de culpa. A escolha foi minha e você me faz bem mesmo não sendo meu.
Me afogo novamente.
"Seus lábios são diferentes é como se eles se derretessem na minha boca"
Sorte teria eu se fossem somente os meus lábios. Cada parte do meu corpo se derrete quando entra em contato com o seu. Queria poder te ouvir cantar o tempo todo. Até deitados, com os lábios encostados, cantando a mesma música. Ontem, na escuridão tentei encontrar seus olhos, mas, eles não estavam lá. Só a escuridão estava, ela sempre esteve, mas naquela noite eu conseguia enxergar seus olhos. Conseguia pelo menos imaginá-los. Podia sentir sua mão em meu rosto, se movendo timidamente, você se aproximando, sua respiração quente batendo no meu rosto. Ah, eu daria tudo para reviver cada segundo daqueles que passamos juntos. Eu lutaria mais contra o sono, contra a minha timidez. Lutaria mais para te ter só pra mim. Não é tarde demais, não precisa ser. Não pode ser.

Você tem sido como uma droga pra mim. Como a cocaína. Bem estar momentâneo, falta agonizante que só passa com mais uma carreira de você. Meus pensamentos viajam demais e eles criaram toda essa expectativa, todo esse sentimento. Eu quero mais de você. Sempre quis. Ainda não necessito. Ainda não.

{Hey There Delilah - Plain White T's}

Paper dreams, honey.

Hoje me peguei pensando em você. O que não é nenhuma novidade. Ou pelo menos não tem sido de uns dias pra cá.
Tentei inutilmente me entender, pois, ao invés de tentar me distrair para te afastar dos meus pensamentos, levantei da cama, coloquei a música que mais me lembra você, acendi meu último cigarro e deixei meu coração se auto mutilar com as mais variadas dúvidas.
Por que eu faço isso? Eu não estou sofrendo. Estou desejando alguem que não posso ter, mas, isso não é sofrer. Eu consigo lidar com isso. Mas, não quero. Gosto desse sentimento de dúvida, desespero, solidão, desejo, nostalgia. Melhora as minhas palavras.
Me ponho a escrever e percebo o quanto sou masoquista. Gosto de ficar mal para ter em troca apenas palavras, que eu não vou mostrar para ninguem. Tento transformar em palavras o que sinto. Tentativas sempre frustradas. Meus sentimentos nunca caberão em apenas palavras. Eu poderia usar os mais complexos artifícios da gramática que não conseguiria descrevê-los.
Esses meus estranhos sentimentos. Sempre amplos, exagerados, facilmente diminuidos e quase nunca esquecidos.

{She Moves In Her Own Way - The Kooks}

segunda-feira, 9 de maio de 2011

I come together in the middle of the night.

Acendi um baseado. O cheiro logo me enjoou, mas não liguei porque sabia que não era o cheiro que importava de fato. Me senti leve, quase flutuante. A mente tão aberta que aceitaria as idéias mais absurdas. Assim, aceitei que você não foi feito para mim e nem eu para você. Pensamos diferente, agimos diferente, amamos de forma diferente. Somos diferentes. Nossas diferenças nos uniram, mas tambem nos separaram. Minha mente se fechou e esse pensamento continuou lá dentro. Foi alimentado pelas lágrimas que você me fez derramar. E hoje está mais vivo do que nunca.

Não sei se consigo voltar atrás.

{What Ever Happened - The Strokes}

domingo, 8 de maio de 2011

Seus olhos

E seus olhares, milhares de tentações.
Não sei explicar o seu efeito sobre mim. Não sei explicar o que eu sinto quando te vejo vindo de longe. Quando me pego pensando em você. Não sei explicar nada. Na verdade nunca fui muito boa em explicar o que eu estou sentindo. Sempre quero parecer fechada. E de tanto querer parecer, me tornei fechada de fato. Não, não está sendo bom. Queria me abrir, queria chorar nos seu colo, queria gritar a quem quisesse ouvir que é só você que eu quero. Mas não seria o bastante. Nada seria o bastante. Porque meu orgulho pisa em todas essas vontades. Ele é maior. Maior que eu, que meus desejos, minhas vontades, meus sonhos. É maior que tudo isso.
Eu prefiro chorar e dizer que não te quero do que tentar lutar contra meu orgulho, sempre tão grande, sempre me engolindo. Mas será possível? Eu realmente tenho medo do meu maior defeito? Queria entender, driblar, fugir. Mas não encontro solução. Um dia já encontrei. Nos seus olhos e nos seus olhares. Mas ela fugiu, assim como seus olhos fogem sempre que encontram os meus. Não sabemos mais quem somos eu quem fomos um dia. Só sabemos o que já sentimos. E foi forte, foi grandioso, foi único. Queremos de volta, mas o medo nos prende novamente. Melhor amigo do orgulho. Sempre nos destruindo.

Quando vamos ser fortes o bastante pra enfrentá-los? A felicidade está nos esperando e aqui estamos. Parados.

{Garotos - Cazuza e Renato Russo}

Justify my reasons with your blood.

“Você está sempre indo e vindo, tudo bem, dessa vez eu já vesti minha armadura. E mesmo que nada funcione eu estarei de pé, de peito erguido”
Eu não sei exatamente o que pensar. Só quero por meus pensamentos no lugar. Quero poder pensar com clareza pra decidir o que fazer. E você estava embaçando os meus óculos. Eu não conseguia ver um palmo à minha frente, agora consigo enxergar tudo claramente. Obrigada por ter desembaçado meus óculos.
Pensei que nós tínhamos sidos feitos um pro outro, típico pensamento de começo de relacionamento. Uma hora tudo acaba e o nosso fim chegou cedo. Isso pode até ser julgado bom. Eu não sou boa o bastante pra você e nem pra ninguém. Meus sentimentos estão sempre camuflados, eu estou sempre amedrontada, sempre estou em constante mudança de humor e pensamentos. Não tenho estabilidade pra poder oferecer a alguém.
E acho que no fim estamos todos melhores assim.

{City of Delusion - Muse}

Yeah, freedom comes naturally.

Sempre quis entender porque eu não posso gostar do que me é recíproco. Sempre tentei forçar sentimentos pra que eu não magoasse outras pessoas, exatamente por saber como elas se sentiam.
O sentimento que parte de você pra outra pessoa e ambos que ele nunca irá voltar. Talvez todo ser humano seja masoquista. Será que é tão difícil gostar de quem gosta de você? Se importar com quem se importa com você? Tem sido pra mim.
Olhar nos seus olhos tem se tornado mais doloroso a cada dia. Saber que te faço mal, mas não conseguir te largar por puro egoísmo. Eu estou indo contra uma frase que eu mesma digo. “Nem sempre o que é mais fácil é o melhor” Você é mais fácil para mim. Me faz sorrir, me dá o carinho que eu tanto sinto falta. Mas de que adianta se nas horas vagas não é você que vem à minha mente? Se quando eu me pego sentindo borboletas no estomago, não estou pensando em você.
Não, não me sinto bem fazendo isso se é o que o que você quer saber. Mas o que eu posso fazer? É muito julgamento, mas nunca ninguém esteve no meu lugar. Ninguém passou pelo que eu passei. Ninguém sentiu o gosto amargo da solidão como eu senti. É muito julgamento pra pouca experiência e compreensão.
Talvez eu só queira você. Talvez eu não queira ninguém. Talvez eu vá ficar sozinha. Talvez eu esteja com todo mundo. E como sempre aqui estou eu, presa a somente “talvez”, sempre a incertezas e nunca nada concreto. Mas, sei que meu mundo não gira mais em torno de você. Nem o seu em torno de mim.
Preciso arranjar um motivo pelo qual meu mundo vai girar. E preciso de um mundo girando em torno de mim.

{Bliss - Muse}