terça-feira, 14 de junho de 2011

Practiced are my sins.

Eu queria ser uma formiga. Viver entre os seres humanos está cada vez mais difícil. Cada vez mais laços vão sendo criados e mais difíceis de me soltar deles. Já tentou matar uma ou duas formigas naquelas linhas imensas que elas fazem carregando alimento? Tente um dia. Quando o fiz, fiquei pensando que dó que dó, o que será que elas vão fazer? Pois bem, elas ficaram loucas, completamente desnorteadas, mas, depois de segundos, estavam alí, carregando seus alimentos, como se nada tivesse acontecido e se duas das mesmas não estivessem mortas alí. Apenas cadáveres. Algumas esbarravam, mas nada que atrapalhasse o ciclo delas.
Quanto mais insensível as pessoas se dizem, mais sensíveis elas são. Quanto mais dizem odiar contradições, mais se contradizem.
Odeio você e a forma que você faz eu me sentir sem nem sequer falar comigo.
Já visitei casas espíritas e centros de Umbanda, já chorei, já sorri, já caí, já traí, já gritei, já me arrependi. E não morri. O que não significa que eu esteja feliz. Talvez sendo barata eu seria.
Pensando melhor, acho que não.
Se barata não fosse um bicho tão nojento diria que ela sim é feliz, com sangue frio, sem maiores preocupações além de comer lixo e aterrorizar humanos, mas não, é nojento demais, ninguém pode gostar de ser barata, nem a barata mais linda, rica e inteligente deve ser feliz sendo barata.
Como não tenho saída, vou continuando a pregar chicletes na cruz, a passar reto pelo mendigo que é Jesus disfarçado que me pede esmolas, a pensar no quanto o passado foi legal um dia e o quanto o futuro é longo.

{Just Breathe - Pearl Jam}

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